domingo, 22 de julho de 2012

Pessoa Certa, Pessoa Errada

Cada vez que converso com alguém sobre relacionamentos, normalmente ouço expressões como "pessoa certa" e "pessoa errada". Parece fácil e óbvio saber qual é a  a diferença, pois de forma geral pessoa certa é aquela da qual deu certo com a gente, e a pessoa errada não deu certo. 
Realmente seria fácil, se fosse mesmo assim. Mas pensar dessa maneira é um tanto superficial, e o que me intriga é que essa pseudo-classificação gera um conceito de que aparentemente exista alguém certo para cada um, sem nenhuma flexibilidade em relação a felicidade de cada.


E se nós, diante daquele que pensamos ser mesmo o Sr. ou Sra. Pessoa Certa, começarmos a achar todo o resto do mundo Errado?
E se o Sr. Pessoa Certa aparecer no momento errado, em que estamos fazendo de tudo para provar que o Sr. Pessoa Errada é o Sr. Pessoa Certa?
E pior, e se o Sr. Pessoa Certa pensar que somos a Sra. Pessoa Errada?
Esse questionamento me faz pensarr que não existe Pessoas para cada um,

 pois o certo ou errado é prestar atenção, saber cuidar dos erros e querer ser Certo para o outro, fazendo com que ele também queira ser o Certo para nós. E também, por outro lado, querer desistir daquilo que é claramente Errado, mesmo que a gente deseje muito que seja Certo, mesmo que o mundo é que parece Errado sem aquela pessoa do nosso lado.

Sei lá, vai ver eu não sou a pessoa certa pra falar disso...

saudade é . . .

Saudade é apenas um nome bonito, até você senti-lá e começar a conviver com ela, aí você percebe que de bonito não tem nada...

Poema que ainda não tem um título.

Escrevi há algum tempo, alguns amigos já viram, porém só agora decidi postá-lo.


Quem nunca se sentiu deslocado de onde está?
conversações, bramidos, risos, ecos fundindo-se a sua voz
o desejo é parar, silenciar, mas tudo gira numa rotação veloz
tudo movimenta, mesmo assim só vontade de quietar há


Tudo é perfeito, mas algo te faltará
A ânsia pelo vindouro é fortaleza, mas atroz
o presente está ao lado, mas em uma garganta foz
você enxerga, mesmo assim falha de sentido há


um túnel sem saída, mas que se enxerga uma luz no fim
o simples é evidente,
mas o complicado berra fortemente
tortura, sufoca e o simples se torna complicado sim

O ambiente não é o errado, os arredores nem tão menos
mas o inadequado está vociferando
piscando como farol de carro parado em estrada escura

uma convicção, uma epifania tornaria tudo brando
mas falta motivo, em meio ao silêncio gritando
qualquer ensaio seria primoroso, um gesto seria o essencial
mas não, tudo está travado, os olhos não enxergam e nem
o cérebro impulsiona, o que torna qualquer ato esplendoroso insignificante

se acorda sem alma e o corpo se torna máquina
não obedece e nem desobedece, porque não há alma no controle, está no automático
tudo não tem sentido até que a alma volte
e quando ela volta
o corpo também volta e volta mais ligeiro, mais esperto e esquece que tem alma a preocupação é somente uma
alcançar a ferocidade da velocidade do tempo



Dayane C. Santos