domingo, 22 de julho de 2012

Poema que ainda não tem um título.

Escrevi há algum tempo, alguns amigos já viram, porém só agora decidi postá-lo.


Quem nunca se sentiu deslocado de onde está?
conversações, bramidos, risos, ecos fundindo-se a sua voz
o desejo é parar, silenciar, mas tudo gira numa rotação veloz
tudo movimenta, mesmo assim só vontade de quietar há


Tudo é perfeito, mas algo te faltará
A ânsia pelo vindouro é fortaleza, mas atroz
o presente está ao lado, mas em uma garganta foz
você enxerga, mesmo assim falha de sentido há


um túnel sem saída, mas que se enxerga uma luz no fim
o simples é evidente,
mas o complicado berra fortemente
tortura, sufoca e o simples se torna complicado sim

O ambiente não é o errado, os arredores nem tão menos
mas o inadequado está vociferando
piscando como farol de carro parado em estrada escura

uma convicção, uma epifania tornaria tudo brando
mas falta motivo, em meio ao silêncio gritando
qualquer ensaio seria primoroso, um gesto seria o essencial
mas não, tudo está travado, os olhos não enxergam e nem
o cérebro impulsiona, o que torna qualquer ato esplendoroso insignificante

se acorda sem alma e o corpo se torna máquina
não obedece e nem desobedece, porque não há alma no controle, está no automático
tudo não tem sentido até que a alma volte
e quando ela volta
o corpo também volta e volta mais ligeiro, mais esperto e esquece que tem alma a preocupação é somente uma
alcançar a ferocidade da velocidade do tempo



Dayane C. Santos

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